Daqui a umas semanas o meu filho (primeiro e único, so far) vai ser baptizado. Como o evento interessa-me muito pouco (não tenho fé) a organização da coisa tem-me passado um pouco ao lado. Ontem, no entanto, fui obrigado a "decidir umas coisas" e só então é que me apercebi da dimensão da coisa. Ambas as famílias acreditam que este é um evento apenas para a família mais próxima, pelo que não são convidados amigos ou família distante (até aqui tudo bem). Ingenuamente, eu achava que grande parte da minha família (a maioria mora no Norte) não ia aparecer. Com a excepção de quem está doente, vêm todos. Ou seja, como somos só a família directa (descendentes dos bisavós do S.), somos 85...
As "decisões" diziam sobretudo respeito a elementos do rito: a vela (?), a lembrança (?) e os presentes. Fiquei a saber que a minha mãe vai oferecer uma concha (?) de prata. Tive que opinar sobre o facto de a minha família querer oferecer uma medalha do Espírito Santo (?). Vi a toalha que a minha mulher está a bordar e a roupa (vestido?) do trisavô que o S. vai vestir. O sacramento vai ser administrado por um tio que é padre. Senti-me como uma personagem de um filme que é transportado para outro planeta ou para outra época. O meu cunhado de 12 anos ainda me ia explicando o contexto de algumas coisas.
Um dos aspectos mais surreais da coisa é que o S. não percebe o que se passa ou o que vai acontecer (tem 4 meses). Eu atribuo pouco valor ao evento. E mesmo a minha mulher vibra muito menos do que as avós e bisavós.
No meio disto tudo descobri algo para fazer. Vou fazer o bolo! No início, não gostei da conversa: entregaram-me umas embalagens de massapão que a Tia J. que mora em Bruxelas tinha trazido e a minha sogra entregou-me umas formas. Expliquei que se era eu que ia fazer o bolo, eu não iria ser condicionado por opiniões ou ideias pré-concebidas. Esclarecidas as condições, já estou a borbulhar com ideias!